Uma das datas mais esperadas do ano pelos lojistas e pelos consumidores está chegando. Neste ano, a tão famosa Black Friday acontecerá na próxima sexta-feira (29/11) e pesquisas apontam que o evento deverá movimentar ainda mais a economia em comparação com o ano anterior.
O mês de novembro é tradicionalmente marcado por grande alvoroço no cenário da publicidade, impulsionado pelas ações de marketing das empresas para divulgar seus super descontos, promoções relâmpago e condições de pagamento imperdíveis. Esse movimento pontual no consumo recebe um nome que ficou conhecido no mundo inteiro: Black Friday. E, se é pauta do momento, é claro que o Appoca não poderia deixar de abordar o assunto, trazendo informações sobre a história da Black Friday, sua chegada no Brasil e como ela impacta a economia do país.
Todos sabem que a Black Friday é sinônimo de consumo, pois a data celebra justamente um dia específico do ano totalmente voltado para a oferta de produtos e serviços com preços mais atrativos aos consumidores. Assim, é fácil compreender a ligação direta que a data possui com a economia, visto que o consumo atípico que acontece durante o evento catalisa as vendas pelo país, resultando no aumento do lucro das empresas, na geração de empregos e no aumento da produção industrial de alguns setores econômicos.
Expectativa para 2024
Não é à toa que a Black Friday se tornou a data mais esperada do ano pelos lojistas, afinal, ela representa a possibilidade real de vendas efetivadas e, consequentemente, de dinheiro entrando no caixa. É neste cenário de otimismo que o evento se desenha para este ano.
Uma pesquisa realizada pela Confi.Neotrust, empresa de monitoramento de dados sobre o comércio eletrônico no Brasil, aponta que a Black Friday deverá injetar cerca de R$9,3 bilhões na economia brasileira em 2024, o que representa um aumento de 9,1% no faturamento do varejo brasileiro em relação ao evento de 2023.
Os números caracterizam boas notícias para os empresários, que estimam lucrar mais neste ano, e para a economia, que prevê uma circulação maior de dinheiro e de bens motivada pelo forte consumo. As expectativas não param por aí. Uma segunda pesquisa, desta vez realizada pelo Grupo Globo, mostrou que, ao menos, 50% dos consumidores têm intenção de comprar algo na Black Friday e já estão se preparando para o evento por meio de pesquisas dos produtos que desejam adquirir.
O estudo indica que entre os itens mais desejados pelos consumidores estão: eletrônicos, principalmente smartphones, eletrodomésticos, roupas, calçados e acessórios. Dos ouvidos pela pesquisa, cerca de 49% dos consumidores disseram esperar descontos acima de 50% nos produtos, enquanto 38% dos entrevistados responderam que a intenção de compra se deve ao oferecimento de frete grátis. Já 21% dos consumidores alegaram dar preferência para lojas com entrega rápida, enquanto 19% estão inclinados a efetuar a compra em lojas que oferecerem condições de pagamento facilitadas.
Impactos na economia brasileira
Neste ano, a Black Friday celebra a sua 14ª edição no Brasil, visto que a data somente ganhou força no país a partir de 2010. Desde então, o evento tem contribuído significativamente para alavancar a economia e alterar padrões de consumo, como impulsionar o crescimento das compras online, prática que antes era pouco adotada pelos brasileiros.
Comércio online
Um dos principais impactos da Black Friday no Brasil é, sem dúvida, o fortalecimento do comércio eletrônico, que tem crescido exponencialmente no país após o surgimento de diversos marketplaces e do investimento pesado de marcas em e-commerces e aplicativos.
Com a digitalização das marcas, os consumidores conseguem realizar pesquisas de preços mais rápidas, comparar produtos e efetuar a compra com flexibilidade de pagamento, tudo isso sem precisar enfrentar longas filas e trânsito para se deslocar de uma loja a outra, o que contribuiu para o aumento das vendas online. Dessa forma, as lojas passaram a investir fortemente no anúncio de descontos e ofertas exclusivos para os sites, o que tornou comum sermos atingidos por anúncios como “todo o site com até 60% OFF”, entre outras chamadas para a compra online.
Varejo tradicional
Se por um lado a Black Friday fortalece as vendas online, por outro ela impõe desafios às lojas físicas, as quais tiveram que se adaptar para celebrar a data de uma forma atraente e que fosse capaz de vencer o universo digital. É claro que muitos consumidores ainda preferem comprar em lojas físicas e ter a experiência de pegar o produto na mão, testá-lo e experimentá-lo, mas o varejo tradicional pode sofrer com a limitação de produtos disponíveis à pronta entrega e esbarrar na questão da precificação, pois, usualmente, o comércio eletrônico tende a oferecer produtos por preços mais atraentes do que as lojas físicas.
Assim, a Black Friday acaba forçando os estabelecimentos físicos a se adaptarem às novas exigências dos consumidores, a partir de estratégias omnichannel, que exploram os mais variados canais de comunicação e vendas para combinar a experiência online com a offline e, assim, oferecer uma experiência de compra completa. As marcas que conseguirem explorar a combinação da experiência de compra física com a plataforma digital possivelmente terão maior chance de atrair clientes e obter sucesso nas vendas.
Aumento das vendas e geração de empregos
É indiscutível que a Black Friday aquece as vendas e o consumo nos países que celebram a data, o que é muito positivo para a economia, pois faz a moeda circular no país, faz girar bens e produtos, além de aumentar o lucro das empresas e a arrecadação de impostos a partir das vendas.
Além disso, outro impacto imediato da data na economia é a geração de empregos. Muitas empresas contratam funcionários temporários para o final do ano, devido ao aumento das vendas impulsionado pela Black Friday e pelo Natal. Assim, tanto o comércio físico como o eletrônico acabam gerando diversos empregos nesta data, fator que é visto com bons olhos pela economia, pois quanto mais pessoas empregadas no país, maior será o poder de consumo da população em todos os âmbitos: educação, saúde, alimentação, transporte, lazer, entre outros.
Origem da data
Muitos são os mitos em relação à origem exata da Black Friday. Porém, a história mais popular sobre o nascimento da comemoração remonta aos Estados Unidos na década de 1960. Sempre na última quinta-feira do mês de novembro, os estadunidenses comemoram o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving), um feriado que marca a colheita e a gratidão pelos alimentos à mesa que são festejados junto à família e aos amigos. Assim, a sexta-feira que sucede o Dia de Ação de Graças ficou conhecida como uma data em que as pessoas saiam de casa para iniciar as compras para o Natal, por isso a Black Friday não tem representação numérica do mês para acontecer, ela é apenas celebrada na última sexta-feira de novembro.
Com a intensa movimentação de pessoas nas ruas para ir às compras, os policiais batizaram a data de Black Friday, de modo que a expressão significava “o dia do caos”, pois o trânsito ficava completamente travado devido ao fluxo de veículos e havia muitos tumultos nas lojas, sobrecarregando o sistema de segurança pública. O termo foi ganhando popularidade no país e, a partir da década de 80, a conotação negativa foi ressignificada pelo comércio, que enxergou a data como uma oportunidade de praticar ofertas e descontos que fossem capazes de atrair os consumidores e aumentar ainda mais as vendas. Assim, ao invés de significar “o dia do caos”, a Black Friday ganhou a conotação de “sair do vermelho para o preto”, que caracterizava a saída do prejuízo financeiro dos lojistas para o lucro.
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